terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Criação

 Sentado no quarto, ao som de Caetano, vejo a luz do sol entrar pela janela. Tento escrever algo, mas não há idéias, até que ouço um grito de um trabalho inacabado que pede por conclusão. Ainda não posso concluí-lo, já que me falta algo necessário para sua conclusão.

  Alguns meses atrás, tive a ideia de iniciar um série de pinturas. Encomendei o material necessário e esperei ansiosamente sua chegada. Com os materiais em mãos comecei a buscar inspiração, queria fazer umas espécie de auto-retrato, só que diferente. Algo não necessariamente realista em relação a forma, mais ainda não tinha ideia de como concretizar.A tela era um pouco grande e eu nunca tinha pintado algo daquele tamanho, me causando até mesmo um receio de começar a pintura.
 Após algum tempo pensando vi que a única forma de fazer um retrato sincero era pintar meus sentimentos. Pensei que eu sou o que eu sou o que sinto, então mergulhei no meu intimo, busquei nas minhas risadas puras, minhas lágrimas tristes, meu olhar de desejo, excitação, melancolia. Um pouco de tudo de mim.
 Esperei alguns dias até que um turbilhão de emoções vieram a minha mente, e senti que estava preparado para começar.

  Com o carvão risquei a tela, e os riscos gritaram ganhando formas, pulavam com intensidade, riam com as cores que começaram a deixar aquilo mais vivo. Brigavam, corriam, choravam até que tudo se tornou real. Umas 14 horas após ter iniciado essa pintura emocional sentir que ela já estava finalizada, sendo a hora de parar e observar o que eu tinha feito, quando percebi que coisa linda havia surgido. Eu havia retratado parte de minha alma da forma como sinto que é.

                               Um pedaço da minha alma

Até gostaria de continuar escrevendo, porém uma repentina  felicidade pulou em meu peito. Me fez um bom sorriso e está louca para acalmar o grito de um trabalho inacabado. Concretizando, assim, mais um pedaço da minha alma.

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