sábado, 24 de março de 2012

Crítica do filme - Drive

   Drive é um filme do diretor dinamarquês Nicolas Winding, que pela diversidade de elementos, fica muito difícil enquadrar em algum gênero cinematográfico já que junta cenas de ação curtas e impactantes com pequenos dramas pessoais em um roteiro original e simples que fala sobre roubos, carros, cinema, relações interpessoais numa mistura muito boa ao estilo Scorsese.
   Na verdade o filme se baseia muito no cinema oitentista, no cinema europeu e nos filmes do Scorsese, tanto que na abertura lenta com cores escuras onde só poucas se destacam remetendo ao cinema noir com seu jogo de sombras e seu clima sórdido.
   Apesar de ser um filme muito bom, original, com ótima trama, uma direção muito boa, uma fotografia bonita e um roteiro bacana, tem sido muito supervalorizado como o filme injustiçado do Oscar, mas creio que o diretor tenha pecado em certos exageros como nas cenas de violência. O filme mostra que não precisa gastar fortunas em cenas de perseguições, tiros ou brigas para se fazer um bom filme já que ele usou de diversos elementos enriquecedores do roteiro simples.
   A primeira cena explica tudo que tem para ser dito de maneira que não trata o telespectador como um imbecil ignorante dando uma grande expectativa que não é destruída ao percorrer do filme como em tantos outros. A cena seguinte dos créditos iniciais dão um show de fotografia com uma ambientação junto a música. Todos os poucos personagens significantes são muito bem desenvolvidos pelo jeito marcante e bons diálogos quem expõe a a personalidade deles. O único que não fala muito e não demonstra emoções é o protagonista que se torna marcante pelo modo de agir e objetos constituintes de si como o palito sempre no canto da boca como em Stallone Cobra ou a cigarrilha do Clint Eastwood nos faroestes, além de sua jaqueta que parece o seu uniforme pessoal como de um super-herói ou o carra.
   Os únicos momentos francos são quando o protagonista tem que demonstrar sua raiva usando palavras e na sonoplastia das cenas violentas e acredito que mais cenas com direção seriam melhores para a identidade do filme. Nenhum filme é perfeito e esse, nem de longe, será um filme ruim, mesmo que tenha cenas parecendo clipes de músicas. Um dos melhores filmes lançados nos últimos anos e que vale muito a pena assistir já que caminha no limiar entre um filme besteirol comercial e um filme de tutano além de deixar com vontade de ver mais no final.

Por - Ivan "Motosserra" Pamponet

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