A competitividade, a insegurança,
a informação manipulada, a corrupção, entre outros, são as conseqüências da
globalização, causando-nos uma inquietação e arremessando-nos para as doenças
do século, como o stress e o câncer.
Ouvi falar na antiglobalização que é, em síntese, uma corrente que expressa
a necessidade de retornar a soberania dos estados, perdida em função da ênfase
das organizações supra-governamentais, rever o efeito da era digital que
reduziu a capacidade do pensamento de reflexão e do poder de escolha do homem à
facilidade do consumo, de respostas prontas empacotadas pela mídia e distribuídas
pelas telas globais, em todas as formas de comunicação e tecnologia.
Como
paradoxo, ainda hoje, conheci um homem que, do interior da sua casa aos redores
de um município qualquer, me mostrou sua coleção de relógios e me falou de um
tempo, ao qual ele não se submete. Pensei: um homem fora do tempo? Não, um
homem que vive ao seu tempo...
Vim aqui falar sobre espiritualidade e, diante da minha ignorância,
busquei alguns artigos de lideres espirituais, mestres do assunto, para convidá-los
a refletir sobre o caminhar da civilização pelo século XXI, sobre a absoluta
necessidade da civilização mundial em alcançar harmonia física, mental e
espiritual. Descobrir a sabedora e força interior necessária para tomar
decisões e o antídoto para amenizar a tensão, as dificuldades e os temores, são
as buscas diárias de toda essa humanidade.
Paramahansa Yogananda cita com autoridade no cap. VII do livro Onde
Existe Luz: “se você mantiver sua mente na resolução de jamais perder a paz,
poderá atingir a divindade. Mantenha uma câmara secreta de silencio dentro de
você, onde não deixará entrar mau-humor, provações, luta ou desarmonias. Afaste
todo ódio, anseios por vingança e desejos. Nesta câmara de paz, Deus o
visitará”.
Avanço com a profunda citação do místico Juan de La Cruz em Presença
Divina: “Quando reparas em algo, deixas de arrojar-te ao todo. Porque para vir
de todo ao todo, há de negar-te, de todo em tudo, e quando venhas de tudo a
ter, hás de tê-lo sem nada querer. Porque, se queres ter algo em tudo, não tens
puro em Deus teu tesouro”.
E finalizo com a pergunta amorosa de Allan Kardec ao Espírito de Verdade
no Cap. II do Livro do Espíritos: Qual o objetivo da encarnação dos espíritos? “Deus
lhe impõe a encarnação com o objetivo de fazê-lo chegar a perfeição. Para
alguns é uma expiação, para outros é um missão. Todavia, para alcançarem essa
perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal; nisto é
que está a expiação. A encarnação também tem outro objetivo que é o de colocar
o espírito em condições de cumprir sua parte na obra da criação. Para realizá-la
é que, em cada mundo, ele toma um aparelho em harmonia com a material essencial
deste mundo, mundo, cumprindo aí, daquele ponto de vista, as ordens de Deus, de
tal sorte que, concorrendo para a obra geral, ele próprio de adianta”.
Vimos e, sobretudo, sentimos nestas sabias palavras, uma unidade. Uma
perfeita integração de ideais, que nos norteiam e nos explicam que não estamos
aqui por acaso, um objetivo maior nos trouxe até aqui, mas que porém, não
estamos sós.
Aperfeiçoar as relações humanas, compreender a morte e o poder da
afirmação ou da oração e desenvolver uma relação pessoal com Deus, que pode ser
o nosso, ou um só seu, é o nosso maior desafio e a minha proposta.
Namastê!
Saionara Nessim
Saionara Nessim
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